A pedofilia para os liberais

Aos 30 de outubro de 2013 a APA (Associação Americana de Psiquiatria) publicou uma alteração no DSM (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais), um instrumento técnico semelhante à CID (Classificação Internacional de Doenças), muito usada pelos médicos brasileiros. Trata-se de uma relevante alteração na qualificação da pedofilia, que passa a ser chamada de “distúrbio pedófilo”. Com isso, a APA passou a considerar que o “interesse sexual” por crianças não será mais qualificado como doença; essa existiria apenas quando se consumasse o desejo, ou seja, com o ato em si.

Esse movimento internacional atua especialmente desde a década de 1970 e visa, por exemplo, a não proibição de relações sexuais consentidas entre crianças e adultos, inclusive com supressão ou redução da idade para esse consentimento. A associação holandesa Martijn, que em junho de 2012 tinha sido extinta juridicamente por ter ideais contrários à ordem e moralidade públicas, em abril desse ano conseguiu uma reviravolta jurídica porque, segundo o tribunal daquele país, não representaria perigo de desintegração social. Outra associação, a norte-americana NAMBLA, é especializada em defender a prática sexual entre homens e meninos.

Diante da enorme repercussão, principalmente entre os defensores da família, no dia seguinte a Associação emitiu nota dizendo-se não compreendida e defensora da punição penal para os que acabam “agindo sobre os impulsos pedófilos”.

Contudo, é importante destacarmos uma questão: em 1973 essa mesma APA retirou a homossexualidade da lista de desordens/transtornos, o que, anos mais tarde, seria chancelado pela Organização Mundial de Saúde através do CID. Agora, sob os aplausos dos ativistas pedófilos, quer-se naturalizar o desejo sexual por crianças, considerando-o “normal” ou “socialmente aceitável”.

Ainda que se alegue que, de fato, apenas a consumação do ato pedófilo deva ser punido – e nisso não há tanto questionamento jurídico, posto que a intenção apenas internalizada não é passível de configuração criminosa -, fato é que, com a alteração efetivada pela APA, estamos a um passo de atender a todos os anseios dos pedófilos.

Sob o argumento de serem mais uma minoria, continuarão a lutar para que os seus “direitos humanos” de tratamento igualitário sejam respeitados. Só que essa minoria – assim como os defensores da adoção de crianças por homossexuais ou do infanticídio indígena -, em breve tempo, tentará calar a maioria.

Termino citando Francis Schaeffer, que, em O Deus que intervém, explica: “Sem absolutos, a moral deixa de existir como moral e o homem humanista, que parte de si mesmo, encontra-se impossibilitado de encontrar os absolutos de que ele carece. Mas, porque o Deus da Bíblia existe uma moral real existe. Com esta estrutura, eu posso dizer que uma ação é certa e outra, errada, sem estar afirmando algo absurdo.”

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